O envelhecimento da população é uma realidade global que demanda uma atenção especial para garantir o bem-estar e a dignidade dos idosos. Por exemplo, no Brasil, em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país (22.169.101) chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% frente a 2010, quando esse contingente era de 14.081.477, ou 7,4% da população (fonte: Censo Demográfico 2022).
Nesse contexto, as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) desempenham um papel crucial na prestação de cuidados e na promoção de uma vida plena para os residentes. O gerenciamento eficaz dessas instituições é fundamental para assegurar que os idosos recebam atenção adequada, respeito e qualidade de vida.
Para entender um pouco mais este contexto, abordaremos as maiores dificuldades das instituições de longa permanência para idosos e as possíveis soluções para um melhor gerenciamento.
Como funcionam as Instituições de Longa Permanência para Idosos?
As ILPIs podem ser públicas ou privadas, e podem ser geridas por organizações sem fins lucrativos, empresas ou órgãos públicos. Elas devem atender aos requisitos estabelecidos pela legislação brasileira, que inclui normas de segurança, higiene e assistência à saúde.
Os serviços oferecidos pelas ILPIs variam de acordo com a instituição, mas geralmente incluem:
- Alojamento
- Alimentação
- Atendimento médico e de enfermagem
- Atividades de lazer e sociais
Os idosos que podem se beneficiar das ILPIs são aqueles que têm dificuldade para realizar as atividades básicas da vida diária, como se alimentar, se vestir, tomar banho e ir ao banheiro. Eles também podem ser idosos com problemas de saúde crônicos ou que precisam de cuidados especializados.
Quais são as maiores dificuldades das Instituições de Longa Permanência para Idosos?
As ILPIs surgem como equipamentos de assistência social, porém sofrem uma transformação em decorrência das demandas por cuidados especializados.
Para alguns pesquisadores, a instituição para idosos que necessitam de cuidados a longo prazo deve ser um serviço híbrido de assistência à saúde e de bem-estar social. Esses estudiosos, baseando-se na expressão nursing home, reforçam a dupla missão da ILPI, que seria proporcionar tanto os cuidados de diferentes complexidades, como ser um lugar para viver, ou seja, uma moradia especializada que integre um sistema de cuidados continuados, atendendo uma população que passa por dramáticas alterações com o tempo e na qual é esperado um agravamento da dependência funcional em razão da evolução dos quadros clínico-funcionais.
No Brasil, as ILPIs públicas, privadas ou sem fins lucrativos são ainda hoje reconhecidas como instituições de assistência social, segundo a RDC 283/2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Resolução SS 123/2001, da Política Nacional do Idoso e Estatuto do Idoso.
Essas instituições possuem, em sua maioria, demandas simultâneas tanto do sistema de assistência social (SUAS), como do sistema de saúde (SUS), porém não fazem menção ao dimensionamento dessas demandas ou mesmo a qualquer outra exigência sobre os profissionais de saúde, deixando a critério da instituição a avaliação das necessidades de saúde dos idosos e a vinculação dos respectivos profissionais à sua equipe de trabalho.
Ainda hoje, há falta de clareza até mesmo entre os formuladores de políticas públicas nas diferentes esferas de governo, existindo documentos que as designam como serviços de saúde, serviços de assistência social e serviços de atendimento asilar. Com isso, há ainda muita resistência na discussão sobre essa temática (fonte: SBGG).
Quais seriam as soluções para um melhor gerenciamento das Instituições de Longa Permanência para Idosos?
Como já vimos, as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) são estabelecimentos que oferecem moradia, cuidados e atividades de convívio a idosos que não têm condições de permanecer em casa ou na família.
O gerenciamento de uma ILPI é um desafio, pois requer a gestão de recursos humanos, financeiros, materiais e operacionais.
Além disso, é importante garantir que os idosos recebam o melhor atendimento possível, considerando suas necessidades individuais. Vamos ver algumas soluções que podem contribuir para um melhor gerenciamento de ILPIs:
- Gestão estratégica: é importante que as ILPIs tenham um planejamento estratégico claro, que defina os objetivos e metas da instituição. Esse planejamento deve ser baseado em uma análise das necessidades dos idosos e do mercado.
- Gestão de qualidade: as ILPIs devem adotar um sistema de gestão da qualidade, que garanta a excelência dos serviços prestados. Esse sistema deve incluir processos para avaliar a satisfação dos idosos e dos familiares, bem como os resultados dos serviços prestados.
- Gestão de Recursos Humanos: é importante que as ILPIs tenham uma equipe qualificada e motivada. Os profissionais devem ser treinados para atender às necessidades dos idosos e para trabalhar em equipe.
- Gestão financeira: as ILPIs devem ter um controle financeiro rigoroso para garantir a sustentabilidade da instituição. É importante que os gastos sejam controlados e que os recursos sejam utilizados de forma eficiente.
- Gestão de riscos: as ILPIs devem adotar medidas para prevenir acidentes e incidentes. É importante que os funcionários sejam treinados para identificar e mitigar riscos.
Além dessas soluções, é importante que as ILPIs tenham um ambiente agradável e seguro para os idosos. O ambiente deve ser acolhedor e oferecer atividades que promovam o bem-estar dos idosos.
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